Associação Paulista de Medicina promovo V Simpósio Brasileiro de Hipertermia Maligna

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APM PROMOVE V SIMPÓSIO BRASILEIRO DE HIPERTERMIA MALIGNA
A Associação Paulista de Medicina (APM) e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp/EPM) promovem, nos dias 7 e 8 de outubro, o V Simpósio Brasileiro de Hipertermia Maligna. Coordenado pelos doutores José Luiz Gomes do Amaral, presidente da APM, presidente-futuro da Associação Médica Brasileira e vice-presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo (Saesp), e Helga Cristina Almeida da Silva, coordenadora do Centro de Estudo, Diagnóstico e Investigação de Hipertermia Maligna (CEDHIMA), o evento reunirá os mais renomados especialistas da anestesiologia brasileira.

Também está confirmada a presença do convidado internacional dr. Vincenzo Tegazzin, coordenador do ambulatório de diagnóstico e prevenção da hipertermia maligna e síndrome neuroléptica maligna, da Universidade de Padova, Itália. Ele abordará as principais complicações da anestesia em doenças neuromusculares, entre elas a hipertermia maligna. "O convidado orientará sobre a anestesia em portadores de doenças neuromusculares, que são mais propensos à incidência de hipertermia maligna, de forma a tornar o procedimento mais seguro", explica a dra. Helga.

Ainda de acordo com a coordenadora, além do tema central, hipertermia maligna durante anestesia, também serão tratadas outras situações em que há aumento da temperatura (hipertermia) e alto risco de morte (maligna), como a hipertermia após esforço físico ou por drogas e medicamentos. "Haverá conferências sobre aspectos de ciência básica relacionados à regulação da temperatura, ao funcionamento da fibra muscular, à fisiologia do exercício. Também abordaremos o diagnóstico e a orientação aos pacientes suspeitos de hipertermia maligna, bem como a prevenção no dia-a-dia".

Sendo o atendimento à hipertermia maligna multiprofissional, o tema do Simpósio é de interesse de anestesiologistas, neurologistas, patologistas, geneticistas, especialistas em esporte, psiquiatras, profissionais ligados à toxicologia, biofísicos, biólogos, biomédicos, fisiologistas, veterinários, além de legisladores, que tentam aprovar leis para melhorar o atendimento aos pacientes. Neste último segmento, inclusive, haverá a presença do vereador Paulo Teixeira, autor da lei que garante a disponibilização de medicamentos para o combate da HM nos hospitais públicos e particulares do Estado de SP, que falará sobre a regulamentação do atendimento à hipertermia maligna no Brasil.
O evento conta com o apoio da Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo, Associação Brasileira de Combate a Hipertermia Maligna - Sempre Viva, Academia Brasileira de Neurologia, UNIFESP - Departamento de Anestesiologia, Dor e Medicina Intensiva, e Neurologia e Centro de Estudos do Genoma Humano.

Hipertermia Maligna

Hipertermia maligna é uma síndrome de origem farmaco-genética que se manifesta, normalmente, quando seu portador é submetido a um fator desencadeante durante uma anestesia geral. Entre as principais características encontram-se a elevação do gás carbônico expirado, rigidez muscular, hipertermia e taquicardia. O quadro clínico pode evoluir para choque irreversível e morte se não diagnosticado e tomadas, a tempo, devidas providências.

A incidência da hipertermia maligna, de acordo com a dra. Helga, é de um caso a cada 15 mil anestesias em crianças, e a cada 50 mil anestesias em adultos. "Isso pode dar a falsa impressão de uma doença rara, mas cada pessoa suscetível representa todo um grupo familiar em que 50% das pessoas podem ter hipertermia maligna, pois a transmissão genética da doença é do tipo dominante. Além disso, se o paciente com hipertermia maligna nunca for exposto aos agentes desencadeantes da crise na sua vida, nem ele nem seus familiares saberão que têm o problema".

A principal preocupação com a síndrome é a precocidade do diagnóstico, para que, se possível, seja interrompida a administração do anestésico desencadeante. Infelizmente, o paciente com hipertermia maligna enfrenta grandes dificuldades não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, devido ao fato de ser uma doença descrita há relativamente pouco tempo (1960) e ainda ser pouco conhecida pela sociedade.

PREVENÇÃO E TRATAMENTO

Alguns anestésicos que não causariam nenhum problema a indivíduos normais podem levar uma pessoa com hipertermia maligna a apresentar complicações graves ou mesmo à morte em questão de minutos durante a anestesia. Assim, a dra. Helga orienta que haja, antes da cirurgia, uma cuidadosa visita pré-anestesia, para que o anestesiologista possa avaliar as condições do paciente e procurar antecedentes familiares de problemas anestésicos.

Outra medida fundamental, durante a cirurgia, é a monitorização do paciente com capnografia e termometria, de forma a detectar precocemente a ocorrência da hipertermia maligna e suspender os anestésicos. "É também indispensável dispor do antídoto para a hipertermia maligna, o Dantrolene, em todos os centros cirúrgicos do Brasil, pois nunca sabemos quando haverá um paciente que vai necessitar da medicação. Nos casos de suspeita de hipertermia maligna ou de história familiar de problemas em anestesia, o paciente deve ser encaminhado para investigação".

V Simpósio Brasileiro de Hipertermia Maligna

Data: 7 e 8 de outubro

Horários: Dia 7, das 19h30 às 22h; e dia 8, das 8h às 19h

Local: Associação Paulista de Medicina (APM)

Endereço: av. Brigadeiro Luís Antonio, 278 - São Paulo - SP

Informações e inscrições: (11) 3188-4248